
Encerramos hoje esta série sobre as religiões contemporâneas, tratando de um segmento muito popular no Brasil, mas que se afastou terrivelmente da Palavra de Deus. Os movimentos pentecostais e neo-pentecostais, de forte apelo popular, promoveram um sincretismo religioso muito grande com o catolicismo, o espiritismo e outras tendências religiosas e, dessa forma, expandiram-se no país. Vamos analisar estas tendências encerrando assim esta análise.
Os movimentos religiosos pentecostais e neo-pentecostais
Este foi o segmento que mais cresceu no evangelicalismo brasileiro. Durante a segunda metade do Século XX (pentecostal) e a partir da década de 80 (neo-pentecostal). Mas, crescimento não é sinônimo de aprovação divina e de conformidade com sua Palavra. O problema básico que se vê no pentecostalismo é a chamada "segunda bênção", uma crença em que a experiência de aceitação de Cristo não é o bastante. Faz-se necessária uma segunda experiência, que seria o batismo com o Espírito Santo; e sua evidência exterior, o falar em línguas.
Quando indagado de forma irônica por alguém deste segmento sobre se o Batista é batizado no Espírito, costumo responder dizendo que se não for batizado no Espírito não é Batista e muito menos cristão. Não conheço nenhum cristão genuíno que não seja batizado no Espírito, pois é ele quem nos convence "do pecado, da justiça e do juízo" (cf. Jo 16.8-11) e nos conduz a Deus. É uma questão de semiótica, de articulação dos signos verbais. Só que nesta questão, acaba-se desmerecendo o papel salvador de Cristo, ao torná-lo dependente da segunda bênção.
Já entre as seitas neo-pentecostais, a questão é mais séria. Este desdobramento do pentecostalismo gerou uma série de distorções muito distantes do cristianismo primitivo. Igrejas como: Comunidade Sara a Nossa Terra, Universal do Reino de Deus, Internacional da Graça, Renascer em Cristo, Batista da Lagoinha, Palavra da Fé, dentre outras, deixaram-se tomar por influências americanas de tele-evangelistas; e importaram a teologia da prosperidade, a confissão positiva, um psicologismo fácil com regressão, quebra de maldição, espíritos territoriais e outras besteiras que possuem toda a característica de magismo e macumbaria e representam um apego demasiado às coisas terrenas, aos prazeres desta vida, e pouco interesse nas realidades verdadeiramente espirituais.
Aplicações para a vida
Precisamos nos precaver e proteger nossas famílias destas influências nocivas provenientes de religiosidades que até se identificam como cristãs, mas que estão muito longe de o serem. A melhor maneira de fazê-lo é tomando o caminho do biblicamente correto. Se seguirmos a Bíblia com inteireza de coração, evitaremos o risco da queda nas armadilhas dos movimentos religiosos contemporâneos.
Alguns desafios são: 1ª) Buscar uma vida de santidade - Temos a recomendação paulina de que devemos nos purificar, e aperfeiçoar a santidade, no temor de Deus (2Co 7.1), pois foi para a santificação que Deus nos chamou (1Ts 4.7). Além disso, seguir a santificação é condição para ver o Senhor (Hb 12.14). Uma vida de santidade nos ajuda a vencer as heresias do mundo presente.
2ª) Examinar tudo e reter o que é bom - Precisamos também aprender a exercer uma consciência crítica sobre tudo o que está ao nosso redor, à semelhança da atitude dos bereanos que examinavam tudo para saber se estava escrituristicamente correto (At 17.11); e por a prova todas as coisas, retendo o que for bom, como recomendou Paulo (1Ts 5.21).
3ª) Ter cuidado com os ventos de doutrina - Não é de hoje que novos ventos de doutrina destelham casas por aí. A família cristã precisa se fortalecer para não ser levada como "meninos inconstantes", "ao redor, por todo vento de doutrina" (Ef 4.14).
4ª) Seguir a sã doutrina - Existem homens que são contrários a "sã doutrina" (1Tm 1.10). A família cristã deve permanecer firme na "doutrina dos apóstolos" (At 2.42), à semelhança dos crentes do primeiro século, e viver o Evangelho com integridade.
Que Deus nos oriente a ficarmos firmes na sua Palavra sabendo discernir, pela Palavra, o que é de Deus e o que não é.
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