
Por vivermos numa sociedade tão voltada para a aparência, que valoriza tanto os aspectos não essenciais da vida, onde estaria a verdadeira satisfação para o indivíduo? A sanha de consumo pode representar um tipo de fuga pela trivialidade, em que o indivíduo se esconde atrás de uma posse qualquer, seja uma roupa nova, um sapato, um artigo mais caro ou mesmo em frivolidades como jogos eletrônicos, lanches fast-food ou quinquilharias chinesas ou paraguaias de pouca utilidade e durabilidade.
Ou seja, o consumismo pode estar a revelar uma insatisfação ou inadequação de alguém ao seu modus vivend. Isso gera insegurança, medos, complexos e temores. E o indivíduo pode estar trocando sua razão de existir das coisas essenciais como o ser humano, a cultura, a fé, para as descartáveis, em uma sociedade de consumo que sempre se aprestará em nos oferecer a melhor opção, mesmo que à luz dos interesses de quem vende. Há todo um jogo de sedução na arte do consumo. O vendedor - esteja ele representado por que indivíduo seja na escala da transação -, está interessado em fazer transferir o dinheiro do seu bolso para o dele. Em última instância, é dessa máxima que se estabelece o comércio.
O crente deve ter muito cuidado com as investidas falaciosas de nossa sociedade de consumo. Se as propagandas prometem realização, felicidade, alegria, satisfação, sedução, conforto, prazer e muito mais; em apelativos comerciais para convencimento dos incautos, os cristãos devemos ter consciência de que nossa satisfação maior não está nas coisas desta vida. Há bênçãos que nos são distribuídas desde a nossa conversão e aquelas que nos são prometidas para a vida futura.
O Apóstolo Paulo alerta no sentido de que nossa expectativa em Deus deve ser maior do que qualquer coisa que venhamos a ter ou experimentar neste mundo: "Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais infelizes de todos os homens" (1Co 15.19). Além disso, Paulo mostra que o que Deus tem para nós não tem nada a ver com aquilo que muitas vezes ficamos ambicionando, cobiçando, nesta vida, ao afirmar: "As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam" (1Co 2.9). O mesmo Paulo que assim cria e vivia era o que podia também declarar: "Porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia" (1Tm 1.12). É o mesmo que ouviu de Deus esta especial afirmação: "A minha graça te basta" (2Co 12.9).
Que possamos estar envolvidos na busca da verdadeira satisfação da vida que é viver em conformidade com a vontade de Deus, agradando-lhe em tudo. Que Deus abençoe a nossa Igreja e que cada irmão se envolva na busca de uma vida plena e piedosa diante da humanidade e, acima de tudo, de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário