
Existe em nossos dias uma grande tendência a se viver uma fé superficial. Tem-se religião por uma necessidade familiar, uma imposição do sistema, uma pressão da história ou da tradição. A religião é produto do meio e não resultado da busca do ser por uma reconciliação com o divino.
Dessa forma, ocorre que a religião passa a ser uma prática dissociada do cotidiano: é mero apêndice na trajetória da vida; um esbarrão de começo ou fim de semana; uma coadjuvante inconveniente das vivências no mundo contemporâneo. Daí que a fé deixa de ser um produto de consumo indispensável para ser apenas experiência descartável de um momento da vida.
Uma fé assim experenciada resulta em fracasso da moral, da espiritualidade, da religião e dos valores bíblico-cristãos. Uma fé assim vivida é causa do descalabro moral, da violência e da imoralidade que campeia no país e no mundo. O afastamento do indivíduo de Deus o leva a relativizar sua existência e suas relações sociais. Não há valores balizadores que conduzam cada ser para uma vida mais ordeira, honesta e voltada para a espiritualidade.
Essa influência nociva atinge também os cristãos, tornando sua experiência de fé vazia e sua vivência eclesiástica amorfa. A paixão pelas almas perdidas fica apagada e já não se evangeliza ou testemunha do amor de Deus como deveria acontecer.
Isso é decorrência da impossibilidade de se pregar o que não se vive. Só pode falar aquele que vive, que vibra com Deus, que tem acesa no coração a chama da fé, que caminha por esta vida conduzido pelos braços divinos.
Daí a importância do binômio: fé e observância. Já bem diz a letra do velho hino: “Crer e observar, tudo quanto ordenar. O fiel obedece ao que Cristo mandar.” Que possamos estar vivendo a fé intensamente e observando-a ardentemente em nossas vidas. Que vida e fé sejam partes de um todo espiritual que nos envolve e emociona. Que crença e prática sejam extensões de uma vida totalmente consagrada no altar de Deus e submissa à sua vontade. Amém!
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