
Todo discípulo é um membro da igreja, mas nem todo
membro de igreja é um discípulo de Jesus. Sabe porquê?
"O membro luta por crescer; o discípulo luta para reproduzir-se."
Neste segundo princípio acerca do discipulado, quero destacar a diferença de enfoque que existe na vida de um membro de Igreja que não está engajado na Obra do Discipulado, e na vida daquele que abraçou o chamado de Jesus e está envolvido em sua Obra.
O membro de Igreja, na sua sinceridade - talvez fruto de um aprendizado equivocado -, está investindo seu tempo, seus talentos, seus recursos, buscando crescer. Esta é a sua luta: Dar o máximo de si para que experimente um crescimento pessoal que seja nítido, visível, palpável, e isto nas mais diversas áreas da sua vida, contemplando, com certeza, o espiritual.
Nenhum problema com isto. Crescer, desenvolver-se, deve ser meta na vida de qualquer indivíduo. Aprendemos isto desde cedo, pois o sentido evolutivo da vida, nos impulsiona à busca do melhor, do maior, num projeto pessoal ambicioso que nos faça progredir sempre.
Também na Igreja, temos ensinado isto sempre. Cada cristão deve "crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo", como, aliás, é recomendação apostólica. Nenhum mal nisto, pelo contrário, quem não cresce - e, do ponto de vista espiritual, precisa de comunhão, leitura bíblica, oração, serviço cristão, evangelização para que isto aconteça - tende a estagnar-se, acomodar-se, murchar e morrer. Então o crescimento não é só recomendável, mas acima de tudo desejável e, um imperativo, na vida do crente.
Então qual o problema? Onde reside a questão? No enfoque. Quando o membro de Igreja "luta por crescer", existe aí toda uma visão egoísta. No fundo é ele quem está crescendo. Este crescimento, muitas vezes, á auto-centralizado, voltado para a satisfação pessoal. Porém, se deve haver o crescimento na vida do crente, este crescimento, além de ser para dentro, deve ser, também, para fora. Esta é a visão do discípulo, diferentemente da visão de um mero membro de Igreja, que não está engajado na Obra do Senhor.
O discípulo não quer apenas crescer; ele quer multiplicar-se. Então, sua visão, seu enfoque, é altruísta. Ele quer crescer para expandir. Ele quer crescer para gerar novos discípulos. Ele quer crescer para que através de sua vida o Reino de Deus se expanda na face da terra.
Então a luta do discípulo não é só para crescer. Sua luta é para reproduzir-se, dar frutos, tornar sua vida e testemunho exemplos a serem seguidos para que a mensagem do Cristo se perpetue na história, no tempo e no espaço, e faça um novo traço - desenho rabiscado de amor -, das ações benfazejas de Deus sopradas em sua vida.
Para tanto, o discípulo tem como lema a recomendação paulina: "E o que de mim ouviste, diante de muitas testemunhas, transmite-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem a outros" (2Tm 2.2). Nessa cadeia de transmissão sistemática do Evangelho, o discípulo se multiplica e vê os efeitos do amor de Deus contagiando a humanidade.
É tempo de agir, de mudar o enfoque, de crescer para fora. De expandir e perceber os efeitos multiplicadores do Evangelho em nossa sociedade. Que sejamos estes canais, instrumentos do divino, para levar esta mensagem de fé, esperança e amor até outros.
Que para tanto, o Senhor nos abençoe!
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