sábado, 14 de maio de 2011

O QUE HÁ DE BOM E DE RUIM NO INDIVIDUALISMO



Vamos tentar identificar aspectos do individualismo que poderiam ser classificados de positivos ou negativos. Como tudo na vida, precisamos saber definir o que presta e o que não vale a pena. Rechaçar o ruim; e absorver o bom. Seguir a instrução bíblica: "Examinai tudo. Retende o bem" (1Ts 5.21).

De ruim, no individualismo, podemos destacar os seguintes aspectos:

1º) A extrema valorização dos interesses pessoais sobre os coletivos. Isto se torna altamente prejudicial, à medida que promove um sentimento egoísta, voltado para a realização pessoal e o esquecimento da coletividade.

2º) O indivíduo gravitando em torno de si mesmo. Como decorrência, vamos encontrar um indivíduo focado no seu próprio umbigo, atento ao que lhe interessa, despreocupado com o semelhante, mais interessado no que lhe agrada, a despeito da recomendação paulina - "não busca o seu próprio interesse" -, numa antítese do amor (1Co 13.5). Esta concepção do indivíduo centrado em si mesmo prejudica a visão cristã de família, de corpo.

3º) A obcecada luta para alcançar resultados a qualquer custo. Um esforço sobre-humano para obtenção de resultados satisfatórios na vida pode levar a desastres iminentes. Querer romper com os obstáculos sem domesticá-los pode não ser o melhor caminho. É preciso ter-se equilíbrio, e o individualismo, por privilegiar a valorização do individual em detrimento do coletivo, põe a perder, muitas vezes, os aspectos mais caros da vida em sociedade como: companheirismo, solidariedade, participação, envolvimento e comunhão.

De bom, no individualismo, podemos destacar os seguintes aspectos:

1º) A força interior que impulsiona o indivíduo para a vitória. Desse aspecto não se pode reclamar do individualismo. Essa qualidade de injetar na pessoa um ânimo redobrado para ser tornar uma vencedora. À medida que o indivíduo tem nessa doutrina seu valor mais elevado, ele passa a envidar todos os esforços necessários para, superando-se, alcançar seus objetivos.

2º) Uma visão mais humana da vida. Não se pode negar que o individualismo está muito ligado ao humanismo. A concepção do humanismo também é de valorização do ser humano, embora sem tanta carga no individualismo. Ela pode descambar num ateísmo, se não prover para si uma base cristã de valorização do ser humano a partir da sua existência em Deus. À medida que ressalta a importância do ser humano, o individualismo contribui para este aspecto humanizador da vida, tão desgastado na sociedade tecnocrática em que vivemos.

3º) O reconhecimento da responsabilidade do indivíduo. O individualismo faz o caminho oposto ao dos movimentos contraditórios de massa. Se estes escondem o ser na multidão, e jogam a culpa na sociedade pelos seus fracassos; aquele responsabiliza o indivíduo pelos seus insucessos.

Os cristãos acreditam na possibilidade de restauração do mais cruel indivíduo. Não fora assim, de há muito teria sido melhor interromper a pregação do Evangelho. A Bíblia afirma claramente que "cada um dará conta de si mesmo a Deus" (Rm 14.12; Mt 12.36; 1Pe 4.5), e o individualismo, ao enfatizar a importância do indivíduo acaba corroborando esta idéia que precisa estar mais realçada para a humanidade contemporânea.

Que Deus abençoe a nossa Igreja e que cada irmão esteja cônscio de suas responsabilidades diante da humanidade e, acima de tudo, de Deus.

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