Se a fé possui um valor inestimável na construção da solidez do lar e do equilíbrio da família, isso não significa que a sua presença e afirmação diante de outros valores que o mundo tenta impor ao cristão moderno seja fácil. Uma vida de fé verdadeira deve levar: ao amor cristão; à solidariedade; ao serviço na Obra de Deus; ao bom comportamento; à uma vida exemplar; à um linguajar condizente com o temor a Deus; à honestidade nos negócios; à inconformação com a injustiça; à uma vida de piedade; ao desprendimento em prol do Reino de Deus; à paixão pelas almas; à harmonia no lar e tantos outros valores que precisam ser demonstráveis no dia a dia.
A distância que muitas vezes existe entre teoria e prática da fé nas famílias cristãs faz com que se perca muito da sua eficácia. Se os nossos filhos não puderem perceber que o que cremos é o que vivemos, então o que cremos não será tomado como motivação para a vida por eles. Com certeza as gerações mais jovens precisam de valores seguros pelos quais possam viver e ideais pelos quais venham a lutar, mas se não demonstrarmos sentido e significação nos valores de fé que cremos os mesmos perderão toda a sua validade.
A máxima “faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço”, pode ter sentido num contexto de autoritarismo; mas religião não se impõe pela força a não ser à força da fé, do espírito, da compaixão, da solidariedade e do amor. “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos” (Zc 4.6). Se as famílias procurarem estabelecer uma harmonia entre o que se crê e o que se pratica, fazendo uma ponte segura entre teoria e prática, então, os filhos serão abençoados de tal forma que poderão extrair exemplos seguros para o seu futuro.
No ambiente da família estamos todos nus, literalmente. Somos o que somos; sem sombras nem subterfúgios. É no contexto da família que tiramos as máscaras, mostramos a nossa verdadeira face. Nas atividades mais comezinhas da vida, nas questões do cotidiano, o modo como nos defrontamos com os problemas, a capacidade que temos de pedir perdão; voltar atrás, se erramos; aconselhar; conversar; amar e ser amado; dar carinho; tudo isto vai mostrar quem realmente somos. Se ao tirarmos a máscara não aparecer um monstro, seja o monstro da hipocrisia ou mesmo o monstro da indiferença, então nossos filhos, nossos vizinhos e nossos amigos perceberão a sinceridade de nossos compromissos.
A fé que resiste ao teste da família resiste ao teste da vida. Fé combina com família, quando família combina com amor. Na dureza da batalha do dia a dia, quando se vive em harmonia com a fé, a vida sai vitoriosa.
Que Deus abençoe a nossa Igreja e que as famílias que a constituem possam estar edificadas no Senhor.
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