
Uma marca dos tempos modernos é a sua facilidade em promover mudanças rápidas. Esta mutabilidade apressada destes dias, também provoca desajustes internos na família, visto que esta possui um perfil mais conservador e caracteriza-se por ser um espaço de afirmação de valores. Mas a sociedade moderna não está preocupada com isto, principalmente em se tratando de valores e princípios cristãos, que para o mundo são inibidores do prazer e da satisfação pessoal.
Vamos considerar alguns aspectos dessas mudanças ocorridas no mundo moderno que, de alguma forma, afetam a família.
a) A rápida obsolescência dos equipamentos - A sociedade em constante mutação que nos abriga e nos acolhe nos dias de hoje possui como ponta visível desse iceberg destrutivo, a rápida obsolescência das máquinas e equipamentos por ela criados. Nada é duradouro. As novas fabricações possuem caráter efêmero, passageiro, com a marca cruel da descartabilidade. Tudo isto leva a uma substituição contínua das posses da família, por novas acumulações que tomam o lugar das anteriores. Uma geração viu surgir o DVD e o CD e assistiu o ocaso das fitas e vídeos cassete e dos LPs. A mesma geração viu o surgimento da internet, do celular e a derrocada do aparelho de fax. Os agora obsoletos celulares da primeira fabricação deram lugar aos modernos aparelhos que acessam a internet. O que esta sociedade em constante mutação ensina à família, por via indireta, também é a descartabilidade das pessoas. Objetos descartáveis influíram na fragilização das relações humanas. O conceito de “bens duráveis” se reduziu minimamente. E neste pacote a família se misturou.
b) O avanço avassalador da tecnologia - O que está por trás desta rápida saturação dos produtos - e a necessidade imposta pelas leis de mercado para o surgimento e a oferta de novos, com um plus sedutor -, é o avanço espetacular das descobertas tecnológicas. O ser humano evoluiu no aspecto tecnológico e se brutalizou nas relações sociais. Como nunca as sociedades experimentam o terror da violência e das drogas. Até parece que o progresso almejado intensamente e parido a fórceps, não gerou outra coisa senão o desgaste, a superficialidade e a frustração em lugar do conforto, da tranqüilidade e do bem-estar tão desejados.
c) A incômoda pluralidade das idéias - Paralelo a tudo isto, a modernidade viu surgir um novo tempo em que as idéias se intercambiam e se espraiam pela sociedade como se fossem produtos de consumo da prateleira do supermercado da mente e da alma. Cada um segue o que quer, pensa o que quer, acredita ou deixa de acreditar no que quiser e ninguém tem nada a ver com isso. A sociedade, então, começou a perder suas raízes e a viver sob a égide do “hoje”, segundo a vã filosofia dos que não acreditavam na ressurreição: “comamos e bebamos, pois amanhã morreremos” (1Co 15.32). Mas esta idéia imediatista e utilitarista da vida só ajudou a solapar com os valores cristãos e a minar a influência benéfica da família na formação dos indivíduos para viver em sociedade.
d) A rejeição angustiante aos valores morais - Como conseqüência, esse mundo plural impôs uma nova ética e uma nova moral onde se “é proibido proibir”. Vivemos numa verdadeira sociedade do “vale tudo”, em que qualquer intervenção no sentido de disciplinar, corrigir, é vista de forma atravessada, não sendo bem recebida, inclusive dentro das igrejas. Assim, estes novos tempos experimentados pela família, viram aparecer uma avalanche de violência, uma onda de drogadependentes, uma exaltação ao homossexualismo, o aumento do índice de gravidez na adolescência e tantos outros males que comprometem a vida futura de gente que se perde sem rumo e não se dá conta do poço sem fundo em que está se metendo.
Que Deus proteja as famílias cristãs das influências nocivas do mundo presente e que saibamos dar a resposta adequada aos clamores do mundo.
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